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28 de setembro de 2012


Como foi que te perdi?

O que mais me custa é fingir que te esqueci quando o meu coração dói de tanto amor. Como foi que te perdi?
Precisar o exato momento da rutura, não sei. Sei que foi um processo lento e gradual, quase imperceptível. Sem dramas nem frustrações. Parece-me que, o amor quando se vai e você tem estrutura, é mesmo assim.
Conflitante canção de vida sempre a ruir o amor no templo da ilusão existencial.
A vontade de chorar vem logo ao amanhecer. Passa o dia e ela continua a persuadir mas, à noitinha, já não a sinto tanto.
Sei que chorei estando ao seu lado. Sofro estando longe. Dizem que o passado fica pra trás. Não sei bem como se faz se ele está presente sempre em meu pensamento. Arrebatamento de lembranças que se fortalece com o passar dos dias.
O que eu quero é diferente do que eu posso. Induzir a vida ao erro não faz bem e advém, com o passar, mágoas.
Caminho numa avenida que parece não ter fim. Encontro a ti, sempre a rir. Vem por aqui por que lá, lugar pra mim já não há. Não sei o motivo da tua felicidade. Tento rir também mas não consigo. Só lembro dos momentos maus. Já não dá pra perdoar os erros, esquecer as palavras proferidas por alguém que se amava.
Sopro o pó cósmico que habita a pele do meu ser antes mesmo d`eu existir. Banho-me com lágrimas de pensamentos caídas ao vento no tempo quente do momento triste.
Correndo assim não chego a lugar algum. Devagar também não. Bem melhor é manter a calma. Um passo de cada vez, sem olhar pra trás nem ansiar muito pelo que vem ao longe.
Longe vai o tempo das aflições e ilusões. Agora tudo é um mar de calmaria. Quero veementemente acreditar nisso.
Um dia tranquilo é muito melhor do que uma vida inteira de agonias. A sustentabilidade do meu ser dá-se com a reciclagem de meus pensamentos. Assegurar a manutenção de ideias há-de ser prioritário em mim. Não dá muito nada bem pra conciliar passado e presente. É um defeito em mim mas quem o faz muito bem? O trem das ilusões já passou. Não o perdi apenas não quis apanhá-lo. Quem nele vai tem meu total apoio mas não serve mais, pra mim, como condução de vida. Prefiro o trem bala, não quero ficar a ver a paisagem ao passar pela janela sem poder pegar. Como não quero ter amor em meu coração sem poder tocar ou sentir. Isso assim é pão que não alimenta a alma, empanturra. É água que não mata a sede, embriaga.
Ir-se por aí contra o tempo, a favor do vento não faz sentido. Não há retorno e só causa transtorno. Voar nas asas da liberdade do pensamento é bastante perigoso pra não dizer arriscado ou será a mesma coisa ou ao contrário? Então pra que contrariar a lógica e arriscar. Não faz sentido e nem é digno. Por alguma razão, a razão tem sempre razão. Pode parecer notório o total controlo que tento deixar tomar conta de mim. É necessário e fundamental pra seguir a estrada bifurcada que é minha vida.
Sertão.